
A obesidade vem aumentando de maneira
significativa, países em desenvolvimento, como o Brasil, vem passando
por um processo conhecido como transição nutricional. Em países como
México, Egito e África do Sul, mais de 50 % dos adultos apresentam
sobre peso; na América Latina, 1/4 dos adultos tem sobrepeso; no mundo,
1,3 bilhões de pessoas encontram-se com excesso de peso enquanto 800
milhões de pessoas estão abaixo do peso limite considerado saudável.
Entre a população jovem, a situação é ainda mais preocupante, pois hoje
em dia o número de crianças obesas ultrapassa o número de crianças
desnutridas. Em face desta realidade, é urgente o trabalho de apoio do
governo junto à comunidade e a criação de medidas de programas de
conscientização e prevenção, a fim de reduzir estas estatísticas
melhorando assim a qualidade de vida da população nesses países.
A obesidade é definida como um aumento
da massa gorda corporal total, e ocorre quando as células do tecido
adiposo, conhecidas como adipócitos (o famoso pneuzinho), aumentam em
número (hiperplasia) ou tamanho (hipertrofia), seguido por infiltração
de macrófagos, que são células do nosso sistema de defesa ou sistema
imunológico. Constitui fator de risco para doenças como: diabetes,
câncer, hipertensão, doenças cardiovasculares e depressão. Pode ser
causada, por exemplo, pelo estresse, privação de sono, mutação genética
ou composição da microbiota, que são as bactérias que fazem parte da
nossa flora intestinal. No entanto, as maiores causas da obesidade, e
consequentemente das doenças metabólicas associadas ao excesso de peso
ainda são o excesso da ingestão alimentar e a falta de atividade física
ou sedentarismo.
O peso corporal é uma resposta do
metabolismo que varia de acordo com a alimentação e exercício físico, e o
que se observa atualmente é a ingestão excessiva de alimentos aliada a
um estilo de vida cada vez mais sedentário, fazendo com que o organismo
acumule o excesso de energia ingerida e não gasto na forma de gordura,
armazenando-a principalmente no tecido adiposo visceral, conferindo a
esses indivíduos o formato de maçã”, bem caracterizado pela barriga
saliente nesses sujeitos. Entretanto, além deste tecido funcionar como
tecido de reserva energética, suas células possuem propriedades
endócrinas, ou seja, produzem e liberam substâncias e hormônios que, 0
ao caírem na corrente sanguínea, irão agir e interferir na
funcionalidade de outros órgãos do organismo.
Algumas dessas substâncias são chamadas
de citocinas e atuam como pró-inflamatórias, ou seja, estimulam a
resposta inflamatória pelas células do sistema imunológico,
semelhantemente ao que ocorre em determinadas situações patológicas como
inflamação crônica. A obesidade, por exemplo, é caracterizada como uma
inflamação crônica de baixo grau. Logo, por essas características, um
indivíduo obeso pode ser considerado um indivíduo doente em função das
substâncias que são liberadas pelo seu excesso de gordura Este tipo de
gordura, a qual é bem evidenciada pela barriga proeminente de pessoas
com excesso de peso, é a mais prejudicial para o organismo, pois além de
estar acumulada entre os órgãos, os adipócitos ou células de gordura
dessa região liberam uma citocina altamente inflamatória conhecida como
fator de necrose tumoral ou TNF-alfa. O TNF-alfa interfere em vias de
sinalização intracelular que causam resistência vascular periférica,
aumentando com isso a pressão arterial sanguínea e a resistência
insulínica, a principal responsável pelo surgimento de diabetes do tipo
2. Além disso, o TNF-alfa é também liberado pelo organismo em situações
como sepse, câncer e outras doenças que deprimem o sistema imunológico.
Estudos verificaram que ratos e pacientes obesos possuem aumento na
expressão genética para o TNF-alfa, e após perderem peso, esses
pacientes diminuíram a expressão do gene responsável por esta citocina.
0 excesso de gordura intra-abdominal,
responsável pelo formato de maçã desses pacientes, libera também uma
outra substância chamada proteína 4 transportadora do retinol, ou RBP-4.
Antes se pensava que esta substância servia apenas como transportadora
da vitamina A, porém hoje já se sabe que a RBP4 também causa resistência
insulínica, que contribui para o surgimento de diabetes do tipo 2 e
doença cardiovascular.
Estudos mostraram que intervenção ;l
como o exercício físico reduzira’m os níveis dessa substância em
paciente$ com peso normal mas com forte histórico familiar de diabetes
tipo 2.
Investigações recentes mostram também
que a obesidade e a depressão estão fortemente associadas. A depressão
também é caracterizada por um estado de inflamação crônica de baixo
grau, pois ativa respostas inflamatórias através da liberação pelo
tecido adiposo de citocinas, conhecidas como interleucinas, que atuam
estimulando ainda mais o acúmulo de peso. Por sua vez, elevados níveis
de determinados tipos de interleucina induz a liberação de proteína C
reativa (PCR) pelo fígado, um forte marcador de resposta inflamatória.
Estudos realizados em 2008 mostraram que a redução do peso, através de
exercício físico e dieta beneficiaram o tratamento de tais desordens
psicológicas, além de melhorar a qualidade de vida desses pacientes.
A qualidade de vida de uma pessoa obesa,
ou mesmo daquele que está com uns quilinhos extras é muito menor quando
comparada a de uru sujeito normal e aqui foram pontuados apenas alguns
problemas causados pela obesidade no que diz respeito à inflamação.
Infelizmente, evidências mostram que a
epidemia da obesidade tende a aumentar, entre outros fatores, devido ã
propagandas que estimulam a ingestão de alimentos sem nenhum valor
nutricional, principalmente entre as crianças. Sendo assim, vivemos em
um mundo onde a comida é cada vez mais abundante e de fácil acesso, e em
contrapartida, os avanços tecnológicos nos possibilitam realizar cada
vez mais tarefas com o mínimo de esforço; usar o controle remoto para
trocar o canal da 7V é bem mais cômodo e tentador que levantar-se e
caminhar até o aparelho, por exemplo. Não há dúvida de que a tecnologia
facilita nossa vida, mas também não nos resta dúvida de que juntos,
comer demais & sedentarismo, irá reduzir nosso tempo e qualidade de
vida.
Sabe-se que a prática regular de
atividade física traz inúmeros benefícios à saúde por atuar na redução
do sistema imunológico de desenvolvimento de doença crônicas como câncer
de intestino e mama, doenças cardiovasculares, diabetes, aterosclerose,
doenças pulmonares e depressão. Atualmente, sabe-se que esses efeitos
também são decorrentes dos benefícios que o exercício físico exerce
sobre o sistema imunológico, o qual há tempos vem sendo investigado.
Sujeitos obesos, diabéticos ou com aterosclerose, por exemplo,
encontram-se em um estado de inflamação crônica de baixo grau, o que
confere a esses indivíduos uma queda na funcionalidade do seu sistema
imunológico, deixando portanto seu organismo menos resistente.
Entretanto, estudos mostram que o exercício físico regular aumenta a
liberação de substâncias pelo organismo com propriedades
anti-inflamatórias, ou seja, que atuam protegendo organismo contra
doenças ou infecções crônicas de baixo grau.






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